Preciosidades da Serra Gaúcha

Este mês a coluna de vinhos foi feita a quatro mãos, tive a colaboração de um grande amigo, Omar Grespan. Tudo começou quando o mesmo estava indo viajar com a família para Gramado e me pediu sugestões de vinícolas para visitar na Serra Gaúcha. “Mas vinícolas fora do roteiro comercial Paulinha”, foi o pedido. Percebi então que não era a primeira pessoa que me fazia esse pedido, e me veio a ideia de transformar o tema em coluna, em épocas de dólar elevado, nada melhor do que um roteiro de enoturismo em nosso próprio país.

Apesar de grandes nomes como Miolo, Casa Valduga e Pizzato também terem suas sedes firmadas na região e também produzirem bons vinhos, nossa proposta é conhecer os pequenos produtores e as vinícolas de boutique, que são pouco conhecidas por aqui. Pois, a grande maioria delas, devido à produção limitada e grande procura, só comercializam seus rótulos diretamente para o público final, o que os torna praticamente impossíveis de serem encontrados em outras lojas físicas. A dica para quem quer degustá-los é que a maioria vende diretamente pela internet. Aos interessados no roteiro da viagem, cuja paisagem é belíssima, segue nossa sugestão com alguns dos nomes imperdíveis, garimpados entre tantos:

1- Angheben: Ambiente acolhedor, informal e familiar. Produz vinhos tintos e espumantes de ótima qualidade, que podem ser experimentados no mesmo local onde são produzidos e envelhecidos, em uma sala muito confortável de frente para uma linda lareira que aquece o ambiente no inverno.

2- Barcarola: Recebidos diretamente pelo César Petroli, enólogo e um dos proprietários da empresa. Ele aposta na técnica de produzir seus vinhos sem interferência de madeira, com o objetivo de conseguir elucidar ao máximo a tipicidade e características de cada safra de seus exemplares, que são na maioria, varietais. Inclusive com cepas de origem italiana pouco conhecidas por aqui: A Rebo, Lagrein e Terólogo.

3- Geisse: Em nossa humilde opinião, simplesmente o melhor espumante nacional que existe hoje no mercado. Não tem para ninguém, a Geisse reina soberana! E, ainda por cima, tem um ótimo custo benefício. A notícia ruim, porém, é que não há degustação livre aberta ao público como nas outras vinícolas, para isso você deve agendar uma visita às suas instalações, o que vale muitíssimo a pena.

4- Almaúnica: Desde 2008 produz vinhos excepcionais no coração do Vale dos Vinhedos. A casa alia a tradição da família de origem italiana às técnicas mais modernas de produção da atualidade. O destaque são os vinhos tintos e brancos.

5- Valmarino: Produz vinhos e espumantes de alta qualidade e consegue produzir diversos rótulos a preços muito acessíveis para dar orgulho a qualquer nacionalista. Uma vez que, grande parte dos vinhos da região possuem preços relativamente altos, principalmente quando comparados aos Argentinos e Chilenos. O grande destaque da Valmarino é seu famoso vinho Cabernet Franc.

Segundo Omar, o preço das degustações varia em torno dos 50 reais. A melhor forma de se locomover pelas vinícolas é alugando-se um carro, pois apesar dos trajetos serem relativamente curtos é difícil encontrar táxis e Ubers circulando pela região. A grande maioria das vinícolas está preparada para receber o público geral sem agendamento antecipado, mas recomendamos que seja feito um contato prévio por e-mail, caso você deseje um atendimento mais personalizado.